Grávidas devem tomar a vacina para COVID-19? Entenda

Nós conversamos com a Dra. Quésia Villamil para entender se grávidas devem tomar vacina para COVID-19. Veja neste artigo informações sobre as vacinas disponíveis e considerações da médica obstetra.

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Dentre os vários desafios que surgiram com a pandemia, a vacinação é, sem dúvidas, o maior deles. Garantir que a maior parte da população esteja imune ao COVID-19 é uma luta que os governos de todo o mundo vem enfrentando nos últimos meses. E não se trata apenas do desafio de garantir doses para a população, mas também em garantir a efetividade das vacinas em casos específicos, como é o das gestantes. Afinal, grávidas devem tomar a vacina para COVID-19?

A verdade é que não existe resposta certa, como explica a médica Dra. Quésia Villamil, obstetra formada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais e que, nesta mesma faculdade, fez residência de Obstetrícia e Ginecologia e mestrado em Saúde da Mulher.

“Sem dúvidas o tema COVID ainda é algo muito novo para todos nós, são novas descobertas a cada dia! E quando falamos da vacinação não poderia ser diferente! São dúvidas e mais dúvidas. Se reduzirmos nosso grupo populacional à gestantes, temos mais dúvidas ainda…”

Como funcionam as vacinas e como foram testadas?

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Diversas vacinas estão sendo desenvolvidas ao redor de todo o mundo e algumas delas já estão sendo aplicadas em diversos países. Dentre elas estão opções como: Pfizer e BioNTech (BNT162), Moderna (mRNA-1273), Instituto de Pesquisa Gamaleya (Sputnik V), straZeneca e Universidade de Oxford (AZD1222), Sinovac (Coronavac) e Johnson & Johnson (JNJ-78436735).  Algumas delas, inclusive, já estão sendo aplicadas em grupos de risco no Brasil.

Tecnologia genética do RNA mensageiro

Essa tecnologia é mais utilizada na produção de vacinas para animais, mas também já foi usada diversas vezes na construção de medicamentos para humanos. Ela é a utilizada nas vacinas da Pfizer e Moderna, por exemplo. Em resumo, a vacina faz com que as células saudáveis do corpo passem a produzir a mesma proteína que está presente no vírus da COVID-19, utilizada para invadir as células. Com isso, o sistema imunológico passa a produzir os anticorpos necessários para neutralizar a infecção do verdadeiro vírus.

Uso de adenovírus modificados

Essa opção é utilizada pela Astrazeneca, Sputnik V e Johnson & Johnson. Os adenovírus são inofensivos para os humanos e a vacina consiste em modificá-los geneticamente para que possam atuar de forma similar ao coronavírus sem risco para a saúde de quem toma a vacina.  Dessa forma, o sistema imunológico é capaz de treinar e produzir anticorpos similares aos que vão ser criados quando houver a presença do coronavírus impedindo o paciente de desenvolver um quadro grave da doença, caso aconteça a infecção.

Utilização do coronavírus inativado

Também existe a opção do uso do vírus inativado, que não provoca infecção ou problemas de saúde, mas que permite ao corpo produzir os anticorpos necessários para o combate ao vírus causador da COVID-19. Essa opção é utilizada pela chinesa Coronavac.

Independente da tecnologia utilizada, já está comprovado que essas vacinas são seguras e podem ser tomadas pela população.

Afinal, grávidas devem tomar a vacina para COVID-19?

Primeiro de tudo precisamos entender que todas as vacinas que estão sendo disponibilizadas são constituídas de vírus não vivos, assim como a vacina da Influenza que já faz parte do calendário vacinal das gestantes, e elas foram criadas com base em tecnologias já conhecidas, algo que podemos considerar como um ponto positivo.
Em contrapartida, não houve a participação de gestantes nos grupos de estudo precedentes à liberação das vacinas, então até o momento não temos dados sobre possíveis efeitos adversos que a vacinação poderia causar às gestantes e a seus bebês”.

Como não houveram, até o momento, estudos específicos dos efeitos da vacina em grávidas, é impossível afirmar se haverá efeitos colaterais ou não, pois a Sociedade Brasileira de Imunização recomenda que os primeiros testes clínicos de qualquer medicamento não seja realizado em gestantes. Ao mesmo tempo, pode acontecer que participantes dos testes descubram uma gravidez não planejada durante a realização das pesquisas. Até então, esse quadro não foi reportado por nenhuma das produtoras de vacinas autorizadas pela Anvisa.

Com isso, somente após a vacinação das primeiras grávidas é que será possível avaliar se a vacina é 100% segura ou não, acompanhando a evolução da gravidez, saúde do bebê e até mesmo efeitos colaterais no primeiro ano de vida.

Por que é importante avaliar caso a caso?

A Dra. Quésia Villamil afirma que “Com isso, o que se recomenda até o momento é: gestantes que fazem parte de grupos de risco, como aquelas que trabalham na linha de frente ou que possuem alguma doença que pode agravar o quadro de COVID (hipertensão, diabetes…) podem ser vacinadas, independente do trimestre gestacional”.

Mas então, quando não vacinar? “É difícil responder essa pergunta, mas o que converso com minhas pacientes é o seguinte: você não é obrigada a se vacinar! O mais importante é: levarmos em conta os riscos e benefícios de cada caso, analisarmos cada caso individualmente! A decisão de se vacinar ou não deve ser compartilhada entre mulher e médico, para que juntos eles possam chegar em um consenso que seja o melhor para o binômio mãe-bebê!”.

Ou seja, a melhor decisão a ser tomada, independente da situação, é consultar um médico de confiança para fazer o acompanhamento de toda a gravidez, entender os riscos e benefícios da vacinação de acordo com o quadro da mãe e do bebê e analisar se vale ou não a pena tomar a tão esperada vacina.

Em algumas situações, vai valer mais a pena esperar o fim da gestação para se imunizar. Em outras, a vacinação imediata será essencial. Converse com seu médico, tire todas suas dúvidas e tome sua decisão de consciência limpa, além de manter o isolamento independente da sua escolha.

Não se esqueça de compartilhar esse conteúdo com amigas que possam estar passando pelo mesmo desafio. Afinal, informação nunca é demais! Continue acompanhando o blog do iFraldas para tirar todas suas dúvidas sobre a gravidez e a chegada do seu bebê!

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